Morávamos em um pequeno prédio nos limites entre Beverly Hills e Hollywood e o restaurante não era longe. Ficava na Rodeo Drive, algumas quadras dali.
Era um estabelecimento com serviço completo criado por uns húngaros de São Francisco e que depois foi expandido à cadeia que venderam para a Quaker no final daquela década.
Foi o primeiro que vi com janela para a gente assistir ao cozinheiro. Faziam os crepes numa engenhoca enorme que ficava girando umas frigideiras colocadas de ponta cabeça sobre um carrocel. Dali os crepes seguiam para a montagem.
Minha escolha favorita era uma panqueca de queijo derretido empanada.
Alpine Cheese Sizzlers
(ou Cheese Palacintas em algumas regiões)
Recheada com um “blend” de queijos que, descobri de recente, era à base de cheddar, vinha acompanhada de um pote de molho, na época, secreto, à base de mostarda doce. Quando perguntamos sobre o ungüento, um garçom nos contou que certa vez um freguês lhe oferecera US $ 100 para contar a receita que, se soubesse, teria dado.
Pena que a cadeia, sem explicação, faliu. É um mistério porque existe até hoje uma enorme comunidade de saudosos fãs. Fechou todas as suas 110 lojas nos EUA no mesmo dia em meados dos anos 80 deixando muita gente triste e com água na boca toda vez que lembra de sua comida. Eu sou um deles.
Felizmente há na internet uma penca de receitas, algumas apócrifas, outras ditas originais de antigos funcionários. Existe inclusive um site formado por esses ex-empregados e fãs saudosos chamado “The Magic Pan Project”.
O quitute é basicamente um fino crepe receheado de queijo, fechado nas pontas e finamente empanado para ficar bem leve e crocante. O enchimento é um queijo amarelo derretido que escorre como lava quente quanto se corta a panqueca.
No potinho, um composto de
Maionese,
Mostarda,
Açúcar ou Mel,
gotas de Limão
para regar ou mergulhar as garfadas.
Há versões com outros ingredientes, mas essa, pela minha lembrança, deve ser a mais próxima porque o molho parece muito com “Honey Mustard” só que mais esbranquiçado e um pouquinho mais espesso.
Fiz uns testes e ficou muito bom. É ótimo com TOASTEX de queijo. Preciso aprimorar, no entanto
Alguém se habilita a fazer experiências? Se gostar do resultado, entre em contato que eu publico um post com a receita.
Não entendo porque as emissoras se dão ao trabalho de
escalar seus repórteres de campo para entrevistar os jogadores.
Nada se aproveita de uma entrevista com jogador
depois da batalha. A partida já foi dissecada pelos comentaristas e o atleta
está exausto, “bafando” e cuspindo no microfone. Quer mais é tomar seu banho e vazar.
O repórter, colaborativo, tenta tirar leite de pedra numa função
ingrata, A Entrevista de Fim de Jogo. Vem com aquela perguntinha retórica dando
deixa da resposta para o estulto.
Mas, para o nosso desgosto, e deleite sadomasoquista de
alguns, o peladeiro invariavelmente nem percebe e vai logo dando aquelas réplicas,
hoje em dia, arduamente ensaiadas e típicas:
O trágico é que o sujeito decora, decora, e decora e na hora...
parece macarronada com vatapá! Não consegue encaixar a resposta no contexto da pergunta.
Claro! Afinal, como talvez dissesse mestre Didi,
“Decoreba é decoreba. Entrevista é entrevista.”
Como é que o cara poderia fazer a ligação de uma coisa com a
outra? A inteligência da maioria das pessoas não dá conta desses luxos
intelectuais. Ainda bem que não tem muito jogador por ai servindo de testemunha
em CPIs. Já pensou como seriam seus depoimentos brilhantes?
As vezes até nos divertem sem responder o que foi
perguntado.
“Fiz que fui mas não fui...mas acabei
fondo!!!!!!!”
“Nem que
eu tivesse dois pulmões eu alcançava aquela bola.”
“O time tava a beira do precipício, e a gente
tomou a decisão certa, deu um passo a frente.”
“Na Bahia todo mundo é simpático e muito
hospitalar.”
Etc, etc, etc, etc....
É claro que, no futebol como na vida, existem exceções que
confirmam a regra.
Sócrates, Mário Sérgio, Zico, Júlio Cezar, Zetti, Leonardo,
Casagrande e tantos outros
São exemplos de uma lista de jogadores em nossa história que
traem a lógica de minha constatação.
Será?
Acho que não.
Se analisar um pouco o cerne da questão, perceberá que, de sua grande maioria, salvo alguns casos de talento nato, o jogador que dá
entrevistas boas é aquele que não é tímido, nem tem dificuldades para falar e,
O burro e ignorante
que não sabe, ou consegue falar.
Não se entende como ele consegue
jogar futebol. Muito menos o que o jornalista foi fazer ali com ele. Tem medo
de pronunciar as poucas palavras que conhece. Aos grunhidos, vira a cabeça para
os lados enquanto tenta se lembrar os ensinamentos do assessor de imprensa.
O idiota que estudou
um pouco, mas não consegue falar.
Aplicado, acreditou na assessoria e
tenta, tenta, mas não vai. Tem o olhar fixo meio vidrado num horizonte que nem
pode ser muito distante. A presença fálica do microfone o incomoda muito.
O palerma que não
estudou, mas fala merda pelos cotovelos.
Está cheio de jogador desse tipo
por ai. São os patetas extrovertidos. Não entendem nada de nada. Usam lugares
comuns decorados e fora do contexto. Muitos viram políticos.
O parvo diplomado e
comunicativo.
Não vou espinafrar os esforçados.
Inteligente, não
estudou e tem dificuldade para falar.
Jogam que é uma beleza. São
capazes de entender uma partida, mas, na hora de falar, ninguém compreende. Muitas
vezes, seu medo dos holofotes atrapalha na Seleção.
Inteligente, letrado,
mas com dificuldades de comunicação.
Ele sabe tudo do assunto, mas
não consegue construir as frases direito. O espectador até percebe onde ele quer
chegar e torce solidário. Seu coito é quase sempre interrompido por uma
intervenção “jôssoareana”.
Inteligentes, com pouco
estudo e alta capacidade de comunicação.
Têm raciocínio rápido e sempre saem
com tiradas espirituosas. Jogam pela Seleção. Muitos tentam a carreira de
técnico para ganhar o “título” de Professor.
Inteligentes,
diplomados e com capacidade de comunicação.
São craques de Seleção. Dão respostas
interessantíssimas, mas odeiam fazer isso depois do jogo porque sabem que
entrevista nessa hora, no fundo, não presta para nada. E, afinal, ninguém é de
ferro. “Sai pra lá, repórter pentelho!”
Será que existe mais alguma? Minha análise combinatória anda
fraca. hahaha. Ajuda que eu corrijo.
Alguém já viu uma entrevista “pós-jogo” que tenha trazido
algum brilho aos olhos do espectador?
Algum “insight” que
tenha passado despercebido pelos comentaristas profissionais?
Alguma coisa relevante
verbalizada por um desapercebido jogador naqueles minutos finais da transmissão?
Acho que jogador tinha que ser entrevistado depois, com
calma, em programas de rádio ou TV, onde devem ir aqueles que sabem, querem e
tem o que falar. Para falar de esportes e até outros assuntos. Escolhido com
mais calma e critério para a tarefa. Não adianta nada entrevistar jogador que não
vai falar. Fica parecendo calouro que não sabe cantar.
E daí, finalmente, chegamos àquela que é a eterna raiz podre que assola, mas não aflige nosso país. A boa e velha Educação passa longe da
casa e, pior, das escolas da população. É ali que deveríamos aprender a nos
comunicar. Infelizmente isso não ocorre para a grande maioria.
O restaurante e lanchonete Frevo da Oscar Freire foi, de longe, a lanchonete que mais freqüentei nos anos 80. Morava a 3 quarteirões dali. Fugia para lá às 11 da manhã para escapar da comida enfadonha da empregada que, coitada, até cozinhava bem, mas não era capaz de acompanhar minha sanha por variedade.
Seus pratos e sanduíches são excelentes. Sempre que posso visito esse ícone paulistano que tem quase 70 anos.
Destaques para:
Beirute, o melhor que já comi. Feito na chapa e no forno, com molho especial secreto e muitas variações.
Filé à Parmegiana, com o queijo derretido quase dissolvendo no molho.
Até hoje não comi nada no Frevo que tenha achado mais ou menos. Tudo lá foi, no mínimo, bom. Sou fã incondicional.
Com frase semelhante, Nina, a personagem de Débora Falabella, na agora irritantemente imbecil, trama de João Emanuel Carneiro, Avenida Brasil, entrou para o seleto rol da elite dos
Já vinha marcando seus pontos fazia algum tempo, mas com essa brilhante afirmação, ganhou acesso imediato perante os examinadores do SINBRAIPRO, Sindicato Brasileiro dos Atores Interpretando Idiotas Profissionais. Hahahaha! Ganhou uma estrelinha.
Fazia tempo que qualquer espectador com alguns neurônios, já não precisava mais queimar suas pestanas para imaginar que um teste de DNA resolveria todos os problemas do núcleo "Vingadores, Unidos Venceremos!"
Pois então, não é que os autores nos abrilhantaram com essa inacreditável pérola de inverossimilhança dramática?
Uma personagem com alta capacidade de planejamento e estratégia nos presenteia com uma burrice desse porte.
Alfred Hitchcock, lá atrás, no final do século 20 já dizia não ser importante para uma obra de ficção que seja verossímil. Basta que seja crível aos olhos do espectador.
Ora, tudo bem que não seja verossímil, mas a frase proferida pela Nina não só falha nesse quesito. É, para uma parte dos espectadores, absolutamente INACREDITÁVEL. Ao analisar que Nina é um personagem construído com características maquiavélicas de inteligência, educação e informação fica evidente que há um erro dramático nesse e em outros casos semelhantes que se propagam na televisão.
Um protagonista com suas características, calculista, inteligente, e astuto, embora caia em suas tentações obsessivas,
Não pode verbalizar uma asneira dessas.
Não combina com a construção do personagem e tira dele e da afirmação toda e qualquer verdade deixando o espectador com cara de palhaço.
Ainda bem que não vi. Só fiquei sabendo porque abandonei a novela quando a Carminha não matou a Nina no cemitério. Ou, melhor, decidiu não matar.
E para aqueles que eventualmente acreditarem na afirmação, há outro aspecto importante:
Tal frase saída da boca de uma protagonista e personagem feminina principal com a qual, ao menos, parte dos espectadores deveria se identificar, num país como o nosso, traz
malefícios educativos. a uma significativa parcela de filhos sem pais registrados
e cujas mães ou tutores legais não tem acesso claro a esse tipo de informação. Mesmo porque, hoje em dia
TESTE DE DNA NÃO TEM NADA DE COMPLICADO.
É uma mentira deslavada para facilitar a vida dos autores que desinforma a população menos esclarecida.
Mais uma vez, autores de novelas optam pela solução fácil, mas que ao mesmo tempo detona com a qualidade de seu trabalho e da boa informação que deveriam veicular.
Já não estamos cansados de mentiras que viram verdades nas bocas de santos de pé de barro? Precisamos que esse tipo de engano também ocorra em nossas novelas? Há que se refletir.
João Emanuel Carneiro é um brilhante especialista na criação da trama e dos personagens, mas suas novelas têm pecado muito no que diz respeito ao seu desenvolvimento e sua elaboração dos finais. Perto do fim fica quase insuportável. Foi assim em "A Favorita" está sendo assim em "Avenida Brasil".
É uma pena. Poderiam dar soluções melhores para impedir ou atrasar esse exame e evitar o vexame.
Perde a teledramaturgia nacional. Perdemos nós que enxergamos essas e outras barbaridades. A Globo não sei se perde porque tem gente burra suficiente por ai para manter os índices de audiência.
Nos últimos anos, a emissora tem investido pesado na baixa qualidade, uma evidente preferência nacional.
um clássico do besteirol nominativo corrente em nosso cancioneiro culinário.
Já vi de tudo e sei que o show de asneiras está longe de terminar. Veja só:
Salmão a Bele Muniere (café com leite; não chega a ser um grande erro)
Filé de Pescada a Belmoniê
Tilápia a Belmonere
Filé de Merluza a Abel Monê
Cação Ao Bel Moneir
Robalo do Belo Monet (esse tentou "impressionar")
São algumas ilustrações que exemplificam com timidez a incontável lista de aberrações que se espalha por esse nosso Brasil varonil. De onde eles tiram essas coisas?
Continuo com a mesma e eterna dúvida:
Será que o sujeito não consegue se dar ao trabalho de ser profissional e fazer uma ligeira e simples pesquisinha?
NOTA: Desde já, me adianto e incluo na lista dos trouxas que não sabem direito sobre o que estão falando. Admito que não tenho certeza 100% absoluta da grafia correta do nome desse prato e de muitas outras coisas. Isso não diminui, nem apaga o fato de que o problema persiste com irritante insistência.
Wyatt Earp foi um conhecido homem da lei do oeste americano cuja fama o
transformou em lenda do cinema.
Participou do mais famoso
tiroteio de todos os tempos, ocorrido no “OK Corral” em Tombstone, Arizona.
Sua história se confunde com sua
lenda e, ao longo de quase 100 anos, inspiraram mais de 50 produções entre filmes
e séries de cinema e TV, bem como a elaboração de biografias, livros e
quadrinhos de ficção.
Sua ligação aos três irmãos e a
profunda amizade com o estranho atirador e jogador profissional, o dentista tuberculoso
e bêbado, Doc Holliday, têm sido notórias a ponto de estabelecer referência para
outros cineastas e roteiristas em outras histórias. Não há como negar que o
dueto Wyatt Earp/Doc Holliday influenciou o imaginário das pessoas por todo mundo.
Para aqueles que não gostam de
faroeste, sugiro meus quatro clássicos preferidos do cinema sobre o assunto:
Paixão dos Fortes– de John
Ford, com Henry Fonda, Victor Mature e Linda Darnell (1946).
Sem Lei e Sem Alma – de John
Sturges, com Burt Lancaster, Kirk Douglas e Dennis Hopper (1955).
Tombstone – de George
P. Cosmatos, com Kurt Russell, Val Kilmer (brilhante!) e elenco de apoio impecável
formado por diversas figurinhas carimbadas. (1993)
Wyatt
Earp – de Lawrence Kasdan, com Kevin Costner,
Dennis Quaid e Gene Hackman. (1994)
O último talvez seja a melhor
tentativa de contar a verdadeira história do famoso delegado. Escrito e
dirigido por um prestigiado especialista em ambos os ofícios, tem elenco
estelar e, foi indicado para diversos prêmios, inclusive o Oscar de melhor
fotografia.
Para quem curte “westerns”, o link
abaixo é uma lista de todas as produções em que o personagem Wyatt Earp
aparece.
Alguém reparou que o Marcelo Serrado, no papel de Tonico
Bastos, com aquela maquiagem que o deixa prognata, está a cara do Silvester
Stallone em seus momentos mais canastrões?
Atenção, não estou aqui dizendo que o Marcelo Serrado está canastrão.
Pelo contrário! Está fazendo, em minha opinião, um trabalho excelente na
atual produção da novela “Gabriela”.
No comecinho, parecia meio “Crô”, mas depois de uns dias
ficou ótimo.
Percebi que, na verdade, aqueles trejeitos são do Marcelo
Serrado cômico que foram projetados em ambos os personagens de formas e com sutilezas
diferentes.
Uma vez assisti no "Jô" a uma entrevista com a Cláudia Rodrigues. Ela não cansou de tecer elogios ao Marcelo Serrado. Disse, em resumo, que é um ator minucioso, extremamente detalhista em seu processo de formação da interpretação de um personagem.
Ainda bem que a semelhança se encerra nos aspectos faciais. Já imaginou o Stallone no papel do Tonico Bastos falando com sotaque baiano?
Faz muito tempo que me irrito com entrega de comida a domicílio.
Os sujeitos não ligam a mínima quanto à qualidade do produto que chegará à casa
do FREGUÊS. Quando muito, preocupam-se única e tão somente com o artigo que sai
da cozinha e é depositado sobre o balcão a fim de, depois de embalado, ser
transportado ao seu destino.
Esquizofrenicamente transferem, como na Grécia
Antiga, a “pira olímpica” a esse anti-herói moderno, como se, a partir desse
instante, fosse ele, entregador, o único e integral responsável pela encomenda.
Isto posto, não precisa ser nenhum gênio para saber
que, baseado no QI médio dos entregadores, qualquer profeta é capaz de antecipar uma única
e inexorável certeza:
Na melhor das hipóteses, a encomenda chegará a seu destino
em frangalhos!
O que há de errado com essa trajetória?
Tudo! A partir da premissa assumida pelo dono do restaurante, está
tudo fora do lugar. No momento em que ele corta o cordão umbilical moral que o
prende ao produto vendido, os desdobramentos que poderiam ser mais amenos
tendem ao cataclismo.
“Não adianta responder ao telefone que o entregador é que
cometeu o erro, meu caro!”
Às vezes, quando querem ser solidários com um conhecido, respondem:
"É, entregador é uma merda, mesmo!"
“Para! A responsabilidade é tua que contratou e deveria ter
treinado a anta, sua besta!”
Há também a fase do embalador que quase ninguém nota porque
acha que foi a viagem que causou o estrago.
Tem muito embalador por ai que empilha as quentinhas na
ordem errada, colocando as coisas mais moles embaixo das mais pesadas.
O bife a parmegiana com muito molho, embaixo das batatas "chips" que ficam embaixo, por sua vez, do arroz vão dentro de uma única sacola.
Depois
as embalagens chegam desmilinguidas, com o molho todo espalhado no fundo do plástico,
num pastiche de fazer medo a qualquer artista de papel machê, e os caras querem
por toda a culpa no motoqueiro!
O mesmo ocorre com embalagens de pizza. A Portuguesa Coberta
de massa grossa, com extra presunto, extra queijo e extra palmito (desde quando
pizza Portuguesa tem palmito?!?) vai por cima da Quatro Queijos com calabresa, leite condensado, alcaparras e presunto de Parma. Essa, por sua vez, vai por cima da Mozzarela
com muito molho e pouca muçarela.
Daí, o rapaz da moto, singelo, resolve, durante o
caminho, brincar de MotoGP e, “vrruummm” curva deitada para a direita, “vruuuummmm”
curva aberta para a esquerda, “vrummm” “vrummm”, curva em S invertida antes do “retão”
da chicane. No final do circuito não tem pizza que aguente!
Coitado do imbecil! Já não chegam suas próprias culpas e ainda querem mandá-lo
do purgatório ao inferno sem que seja responsável por toda a lama.
Reza brava não dá conta de levar esse pecador ao paraíso... nem comida decente à casa das pessoas.
Por que será que hoje em dia todo mundo, sempre chama
freguês e paciente de cliente?
Entre outras,
Freguês é um
sujeito que compra uma mercadoria.
Paciente é alguém
que está se utilizando de algum serviço de saúde ou sendo atendido por algum
profissional da área.
Cliente é uma
pessoa que esta usando algum serviço.
A rigor, se procurar no dicionário, encontrará cliente como
sinônimo de freguês. Uma espécie de genérico. Mas, isso quase nunca era usado,
pois gera dúvida (ou deveria).
A culpa é desses consultores iletrados que querem dar uma de
entendidos bacanas e, por exemplo, mandam o balconista falar “pois sim” no
lugar de “pois não” ao atender um FREGUÊS.
A justificativa imbecil seria a de
que a segunda forma tem conotação negativa por causa da palavra “não”.
“... « Pois não, com certeza », a resposta é afirmativa,
mas encontra-se sincopada. Completa seria assim, por exemplo:
Pois [então] não [havia de poder?] Com certeza
[que sim/que pode!]...
...o advérbio negativo, não, dá força,
intensifica o que se diz, porque mostra que o emissor se encontra um tanto
admirado de o outro, o receptor, não ter visto imediatamente que sim, que pode fazer
aquilo. É como se ele tivesse dito assim:
Pois tu não vês que sim, que podes?” (sic)
O neófito escuta de rabo de orelha em alguma palestra de
algum outro energúmeno que, sem explicar, fala, até corretamente, que (em
publicidade):
Deve-se evitar a palavra “não” ou aquelas que tragam um sentido negativo
(EM CARTAZES ou CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS!!!!!) ao produto, ou à sensação sobre o
mesmo, ou ao seu ambiente comum.
E depois sai tagarelando merda por ai. Repare: a idéia é EVITAR e não eliminar causando confusão.
Isso é uma sutileza de um setor onde se trabalham com
volumes estatísticos enormes e qualquer detalhe pode significar muito dinheiro.
Um açougue não vai deixar de vender mais carne se o
balconista empregar palavras negativas em seu vocabulário.
Mas, se esse balconista, for mal educado, descortês, fedido,
sujo, mal encarado, e/ou outras barbaridades, certamente esse açougue espantará
muita clientela.
Está sendo esquecido que, dependendo da entonação e do
contexto, a forma mais comum, em minha opinião, ao menos no Brasil, de “Pois sim”,
a irônica, tem uma conotação de dúvida
ou desagrado:
“Pois, sim! Só porque
você quer! Até parece! Duvido!” (conotação negativa irônica).
Seu uso em outras situações coloquiais menos comuns, pode (ou
deveria) gerar confusão.
Já reparou que hoje
em dia tem consultoria para todo tipo de burrice? Pagar por uma virou moda.
Portanto, quando for atender alguém, não complique; Diga, de
preferência com um feliz sorriso, “POIS
NÃO?” ou "Posso ajudar em alguma coisa?. E não complique com um “pois sim?”, pois sim! (chacrinhando, hahaha) Afinal o
sorriso e a gentileza é que fazem grande parte da diferença.
Por favor, não maltratem a língua tanto assim!!
(paulinhodaviolando de novo)
PS: Confesso que tenho dúvidas em
relação ao uso de vírgula nas expressões discutidas. Ao que me parece, pela
ligeira pesquisa que fiz e segundo a explicação da forma sincopada do “pois não”,
o uso correto deveria ser sem a vírgula. Se alguém tiver algum esclarecimento
maior, por favor, se adiante. Guilherme! Afinal, acho que estamos aqui também
para isso.
Houve um tempo em que o mais perto que a gente podia chegar da
comida mexicana era o seriado do Zorro com Guy Williams e seu impagável
Sargento Garcia defendido por Henry Calvin. Depois veio o Trinity das comédias
escrachadas de "spaghetti western" e a gente ficou até com inveja do
cavalo dele. Hahaha Eca!
Em 1973, nossa turma de parentes viajou em peso para a
Califórnia. O destino era a Disneylândia, São Francisco e arredores.
Eu já conhecia o parque de outros carnavais e contei
para todos sobre meu deleite com a comida mexicana de um restaurante que havia
lá.
Um aparte aqui: A tal comida mexicana era, sem que eu
soubesse, na verdade, a comida TEX-MEX, da sigla que designa a culinária típica
das regiões entre o Texas e o México.
Em linhas gerais, e com muitas variações, a comida Tex-Mex
seria aquela praticada pelos americanos de origem mexicana e que hoje está espalhada pelos EUA e pelo mundo.
Ficava bem na curvinha à direita depois d’“Os Piratas do
Caribe”. De lá para cá, o parque foi expandido e, só na Flórida, hoje, existe no mesmo local um
restaurante parecido com o daqueles tempos.
Era um bandejão que oferecia tacos, "enchiladas", "fajitas", "chili", "nachos com queso", etc...
Fiz a maior propaganda para meus primos e amigos. Todos esperavam
ansiosos. E, ao que parece, detestaram!
Virei motivo de piada por muitos anos por causa disso.
“Comida mexicana? Chama o Caito!”
“Mexicano aqui só tem um: o Caito!”
Até de Cajito fui apelidado! E por gente que, espantosamente,
nada teve com o assunto! Hahahah. É o fantasma da Frida Kahlo rondando a minha
casa. (aliás, belíssimo filme!).
Minha mãe e eu ficaríamos em LA por um tempo...
Opá! Porque
brasileiro “fala” LA para Los Angeles? Puta mania de copiar estrangeiro! É
pernóstico p’ra carácoles!!! (já que o assunto é mexicano...) E pior: é um tiro
no pé de alguém que está tentando dar uma de bacana; outra coisa que beira a
idiotia.
Nos “diners” de Los Angeles passei, com freqüência, a pedir "tacos",
"chilis", “chili dogs” e um prato dignamente rodoviário que faziam
numa lanchonete de lá:
Chef’s Special
Pão de hambúrguer aberto
Dois hambúrgueres de 125 g
Queijo americano ou cheddar derretido
Duas conchas generosas de chili com carne por cima
Potinho de cebola crua picada
Aos 13 anos, eu traçava um desses com a maior facilidade do
mundo! Hehe Bons tempos!
Voltando ao Brasil, em 1975, descobri que o “Jack In The Box”
havia se instalado por aqui. Eles faziam um taco delicioso que era frito já com
a carne dentro. Quase um pastel aberto do lado. Depois colocavam o queijo
processado que derretia com o calor e um ótimo molhinho de pimenta. Fui
freguês do Jack durante todo o tempo em que permaneceu aqui. Não sei por que
não deu certo. Os sanduíches eram ótimos. (Aliás, sobre freguês, aguarde o próximo post).
Quando viajei de volta ao eixo LA-SF por ocasião de minha lua-de-mel, ocorreu meu primeiro contato
com a cadeia Taco Bell, o McDonalds da comida tex-mex.
De lá para cá esse trato só tem se intensificado.
Passei a pesquisar receitas e comprar livros em minhas
viagens. Depois, com a internet, tudo ficou mais fácil.
Hoje, em casa, fazemos tacos usando aqueles kits que se
encontram nos supermercados. Chili com Carne é uma de nossas especialidades. O
prato nada mais é que uma espécie de
Feijoada feita de carne moída refogada com tomates e feijão marrom cozido firme.
O processo é parecido com o nosso.
O que dá o tom TEX-MEX é o tempero à base de:
Cebola,
Pó de chili, sem sutileza,
Pimentão verde picado ou em tiras, sem pele, com sutileza. (sugiro
vermelho ou amarelo).
Se conseguir o Pó de Chili, melhor. Caso contrário substitua
por:
Muito alho,
Orégano
Cominho a gosto, sem sutileza,
Pimenta vermelha a gosto, sem sutileza,
Sirva numa cumbuca acompanhado de doritos ou torradas e “sour
cream”, ou “cream cheese”.
O nosso paladar mudou muitos nesses últimos 40 anos. Ficamos
mais ecléticos. Hoje temos a sorte de poder apreciar quase de tudo. Já se
encontram restaurantes mexicanos por ai... Para o mal... E, felizmente, para o
bem...
...Sem que tenhamos que avançar eqüinamente sobre a panela de ninguém.
A teoria da “Jornada do Herói” estudada, em grande parte
desenvolvida e denominada pelo antropólogo americano, Joseph Campbell atesta
que toda cultura, independente de seu nível de desenvolvimento e período no
tempo, alimenta, em algum momento um padrão de lenda ou até mesmo uma história
real sobre um herói relutante que é chamado ao dever de salvar uma pessoa ou
grupo contra um inimigo poderoso.
Se as impressões de Campbell estão corretas, o tempo ainda
dirá, mas é certo que esse padrão é encontrado sempre e que nossa cultura
contemporânea de entretenimento usa e abusa da estrutura apontada por ele.
Grandes escritores, como James Joyce, e produtores de cinema,
como Disney, usaram-na para compor suas obras.
O maior exemplo popular contemporâneo é George Lucas com sua
saga “Guerra nas Estrelas”.
Fui assistir a Guerra nas Estrelas, Uma Nova Esperança, com
minhas primas em 1978, tínhamos algo em torno de 17 ou 18 anos. A turminha era
composta ainda de umas gostosinhas amigas de minhas primas em quem, nós, eu e os
outros meninos, estávamos sempre de olho para uma eventual casquinha no
escurinho do cinema. Pois é! Naquela época não era a moleza de hoje. hahahaha
Mas que casquinha, que nada! A partir do momento em que o
estampido da primeira nota musical da primorosa trilha sonora de John Williams apresentou
o logotipo da série que precedia os letreiros iniciais e rolavam em perspectiva
se afastando da plateia em direção ao infinito do cosmos, os hormônios sexuais de
nossas correntes sanguíneas foram substituídos pela adrenalina estonteante servida
pelo filme.
Embora a estrutura narrativa fosse conhecida, o filme trazia
um delicioso sabor de novidade. Os efeitos especiais eram de última geração. Os
cortes eram muito criativos e a ambientação SIFI inovadora.
O conflito psicológico entre o personagem jovem,
representado por Mark Hamil, um ator até então desconhecido e o personagem
experiente e idoso, representado por Sir Alec Guiness, embalava uma estória
eletrizante de descoberta e superação contra um inimigo poderoso, o Império
Galáctico.Peter Cushing, numa “quasiponta” agrega seu prestígio ao filme
enquanto que Harrison Ford, no papel de Harrison Ford... hahaha... não, quero
dizer, Han Solo, ainda era um nome desconhecido do grande público.
Um fator que me causou curiosidade é o de que o primeiro
filme iniciava a saga pelo capítulo IV, A New Hope, já apontando para a idéia
de que outros filmes existiriam.
George Lucas, de início, planejava fazer nove filmes, mas
por motivos misteriosos diminuiu esse número para 6. Três filmes foram feitos
na primeira fase, os capítulos IV, V e VI. A segunda fase estreou 15 anos
depois entre 2000 e 2005.
Havia leves pitadas de política e uma forte influência das
culturas helênica e oriental. As reviravoltas ao longo da saga lembram
Maquiavel.
Naquela tarde, todos se deram bem. Vidrados desde o primeiro
instante até o final, saímos do cinema meio tontos como se tivéssemos acabado
de passar por um pesadelo extraordinário.
O filme, durante meses, se transformou em pensamento
recorrente. Virei fã. Assisti a todos os outros cinco filmes da série, joguei
quase todos os jogos relacionados, inclusive um tal de “Star Wars: The Old
Republic” que me diverte muito nos dias de hoje. Acho, até, que o filme foi um
dos que me inspiraram a querer trabalhar com cinema no passado.
No meio da década de 70 surgiu, bastante próximo ao Shopping
Iguatemi, o Cal Center que abrigava uma boa galeria comercial em seus dois
pisos inferiores mais um edifício de escritórios.
Sua galeria compunha-se de dois bons cinemas, fliperama
(alguém com menos de 25 anos sabe o que é isso?), lojas e butiques,
restaurante, doceira, bares e lanchonetes.
Uma dessas lanchonetes, o Puppy, que ficava no segundo andar
era especializada nos almoços para a classe comercial e executiva dos arredores. Era muito competente também ao atender a demanda dos
visitantes da Galeria.
Lembro-me, com água na boca, de duas especialidades do Puppy:
Objetivo
Pão
Queijo derretido
Bacon Frito
“Roast-Beef” em fatias finíssimas e com fartura
Alface
Maionese
Pão
Sugestão de pão: tipo Hambúrguer
Havia outro excelente de cujo nome não me lembro agora e não
está mais no cardápio que encontrei na Internet:
Faz mais de 25 anos que não apareço por lá. Não sei dizer a
quantas anda o Puppy, mas desconfio que muito ruim não deva estar, pois, pelo jeito, resiste
até hoje.
Quem sabe numa de minhas próximas idas a Sampa, não dou uma
passada por lá para conferir? Alguém também se habilita para a tarefa? Se o fizer,
chega aqui e coloca sua opinião.
Antigamente pegava um cineminha, pelo menos, de umas 6 a 10
vezes por mês. Ia muito sozinho, durante à tarde para não pegar fila. Quando o
filme era daqueles que mulher não gosta, o pecado ficava mais brando e nem
justificava penitência. Hahaha
Meus locais favoritos eram os “shoppings”, Iguatemi e
Eldorado em princípio. Morava por ali e o Cal Center também era uma
possibilidade. Preferia o Iguatemi, pois tinha uma doceira Ofner no andar
térreo.
Eu entrava e ia direto para lá, comia uns dois salgados e escolhia
uma penca, mais ou menos assim:
Umas 2 ou 3 coxinhas,
Uns 5 croquetes,
1 casadinho de camarão,
2 rissoles de palmito,
Mandava embrulhar numa bandeja para viagem. Só que a viagem
era curta... Seu destino era um dos cinemas a que eu pretendia ir. Hahaha.
Batia a bandeja inteira antes mesmo do meio do filme. Bons tempos aqueles em
que eu comia o triplo e engordava um terço.
Foi assim que assisti a clássicos toscos do tipo:
A Hora do Espanto 1 e 2, A Hora do Pesadelo 1, 2 e 3, Sexta-Feira
13 (1 a 18!!!), Halloween (perdi a conta).
Ou clássicos/ “cults” mais manjados:
Guerra do Fogo, O Nome da Rosa e O Urso de Jean Jacques Annaud,
Labirinto de Frank Oz com David Bowie,
Explorers de Joe Dante com Ethan Hawke, ainda garoto,
Blade
Runner de Ridley Scott com Harrison Ford, Hutger Hauer e Darryl Hannah,
O Enigma Que Veio do Espaço de John Carpenter com Kurt Russel,
O Iluminado de Stanley Kubrick com Jack Nicholson,
Brazil de Terry Gilliam,
Fome de Viver de Tony Scott com David Bowie e Catherine
Deneuve,
E algumas pérolas que deveriam ser mais valorizadas,
Comando 10 de Navarone de Guy Hamilton (conhecido por filmes
de James Bond) com Harrison Ford, Robert Shaw e Edward Fox,
A História de Um Soldado e Karatê Kid de Norman Jewison,
Poltergeist de Tobe Roper,
Fuga de Nova Iorque e A Bruma Assassina de John Carpenter,
Um Peixe Chamado Wanda de Charles Crichton e John Cleese do Grupo Monty
Python,
Entre outros.
A partir de um dado momento, os caras do cinema começaram a
encrencar com minhas bandejas. Diziam que não podia entrar com comida no cinema.
“E a comida que vocês vendem? Essa pode, né?”, argumentava em vão.
Passei a fazer mais um escala antes de ir à Ofner.
Eu tinha um amigo que trabalhava na HiFi, local onde, muitas vezes, eu
passava horas, escolhendo discos. Sim, essa foi a época dos
discos de vinil.
Eu entrava na loja
dele e pedia duas sacolas de plástico. Depois ia à Ofner e cumpria meu ritual.
Antes de entrar no cinema, como mula, embalava cuidadosamente a bandeja dentro
de uma das sacolas e depois colocava o pacote dentro da outra sacola. Durante
anos, contrabandeei meus salgados para dentro do cinema dessa forma.
Não sei se foi
coincidência, mas depois disso, parece que ficaram mais saborosos... :P
Prefiro uma boa maionese caseira. As maioneses caseiras de uma forma geral seguem uma receita genérica com variações quanto a seu tempero e consistência:
base:
Ovos
Sal
Óleo
os opcionais:
limão (opcional obrigatório. recomendo, ao menos, um leve espremida, lol)
mostarda (sempre uso)
alho
pimenta
cheiro-verde
Estão entre tantos ingredientes que podem ser colocados a gosto na hora de bater no liqüidificador, processador manual ou até mesmo com um garfo ou "fouet" (batedor manual para claras), como minha avó fazia.
Falando em Dona Mina, lembro que ela tinha uma receita de maionese um pouquinho diferente
1 gema cozida,
1 gema crua,
gotas de limão,
sal e azeite.
Esmagava a gema cozida com um garfo e adicionava a gema crua até formar uma pasta homogênea. Acrescentava o sal, um fio de óleo e o limão. Paulatinamente aumentando o óleo, continuava misturando e batendo com o garfo até formar o creme pastoso de consistência firme que usava nas receitas de coquetel de camarão e maionese de peixe no Natal.
Cerca de 20 anos atrás as duas melhores marcas de maionese, Hellmann's e Gourmet, que cumpriam sua função com alguma competência foram sendo modificadas. A Hellmann's fabricada por uma multi nacional, era a mesma em qualquer país que você a encontrasse.
Lembro-me, como se fosse hoje, de uma conversa que tive com um químico de alimentos na qual ele me falou de um projeto da(s) indústria(s) alimentícia(s) que visava dois objetivos:
1 - Ressaltar o conceito "light" em margarinas e maioneses,
2 - Aumentar o lucro nesses produtos.
A idéia era, através de aditivos, conseguir criar um processo de emulsificação com um teor bem maior de água nas fórmulas desses produtos. Em suma:
BARATEAR com ÁGUA para VENDER MAIS com MAIS LUCRO.
VENDER ÁGUA A PREÇO DE MAIONESE.
Desde então, a maionese Gourmet foi retirada do mercado e o produto Hellmann's foi se modificando. Com o tempo passei a sentir uma acidez no estômago toda vez que ingeria qualquer maionese industrial brasileira. Fato que não ocorria quando viajava para o exterior. A versão estrangeira se mantinha original naqueles lugares.
Recentemente os fabricantes da Helmann's e da Liza lançaram produtos "novos" com cara de especiais. Maioneses de linha superior para os mais exigentes e pasme:
A Hellmann's Especial é idêntica á fórmula regular antiga
e
a Liza Caseira é igualzinha à Gourmet.
Ou seja, os dois fabricantes pioraram a qualidade dos produtos para aumentar seus lucros e o consumidor brasileiro, se percebeu, como sempre, se sentiu obrigado a enfiá-los goela abaixo.
Foi durante esse processo que comecei cada vez mais a fazer minha própria maionese já que o produto que dava para o gasto não existia mais.
Pelo menos no caso da Hellmann`s sou testemunha de que nos EUA, lugar onde o consumidor faz até passeata para reclamar dos produtos, essa deterioração não ocorreu nesses anos todos.
Foi na década de 60 que comecei a prestar atenção às coisas
que colocavam no meu prato. Isso ocorreu, primeiro, dentro de minha própria casa.
Morávamos com meus avós, Dona Mina e Dr. José, na Avenida Rebouças e sempre
viajávamos para passar temporadas em Garça.
Minha avó fazia seguir, em dias normais, uma regra que à
época era bastante comum nas casas paulistanas:
Arroz
Feijão
Carne
alguma batata
alguma verdura quente
alguma salada simples.
Na fazenda, a regra era a mesma e Dona Iolanda a seguia com
excelência. Essa senhora, hoje bastante conhecida em Garça, imprimiu em minha
memória um padrão altíssimo para alguns pratos para os quais, até hoje,
considero difícil achar, concorrentes. Veja só:
Suflê de Queijo
Gratinado com casquinha crocante e recheio cremoso de queijo
“puxa”. Há alguns anos, tive o cuidado de pedir a uma de minhas cunhadas com
mão ótima para cozinha que fosse pedir a Dona Iolanda que ensinasse a fórmula
mágica do suflê. Deu certo; o mapa da mina foi preservado.
Pão de Polvilho – quase pão-de-queijo, mas nem tanto.
A alquimista produzia de tarde, ao menos uma vez por
semana, um pão de polvilho que não acho mais. Era recheado de vento com sutil cheiro
de queijo e tinha uma casquinha crocante espetacular. Sei que a receita não era
exclusiva aqui para os lados de Garça, mas não vejo aparecer na casa de
ninguém. Por favor, quem conhecê-la que se manifeste!
Molho para Macarronada 1
Foi nessa época que descobri e aprendi de orelhada um molho
de tomate com pedaços pequenos de carne para uma deliciosa macarronada muito caseira e caipira.
Era feito com pedacinhos de coxão-mole refogados com cebola,
alho, massa de tomate (!!!), temperos e açúcar. Bem denso, era servido com
macarrão não enxagüado e um pouco mais cozido que “al dente”.
Sim, porque essa história de “al dente” só entrou em voga por
essas bandas paulistas, quiçá brasileiras, no final dos anos 70. Até então
macarronada era com massa um tantinho mole. Só os metidos é que não lembram. Hahahahah
E não me venham dizer que na comunidade italiana era diferente! Minha avó era filha de italianos e aprendera a
cozinhar com sua mãe. Ela também cozinhava o macarrão assim. Não prefiro, mas, nas rodas que eu andava, era assim que se fazia na época.
Chamava essa senhora de Mãe No. 2 e deixo aqui, para ela,
minha mais respeitosa reverência e gratidão pelos anos em que tive oportunidade
e privilégio de conviver com sua família.
Parece coisa muito trivial, quase uma bobagem sem importância, não é? Pois é... Não é!
Montar qualquer sanduíche quente que leva queijo deve seguir uma regra simples:
O QUEIJO DERRETIDO PRECISA ENCOSTAR DIRETO NO PÃO AQUECIDO!!!
Portanto, tudo que for frio tem que ficar embaixo do hambúrguer.
É questão de gosto? Claro que é! Mas, também é questão de inteligência.
Há duas razões básicas para você querer isso:
1 - Não esfriar o queijo derretido,
2 - Evitar que o recheio fique escorregando para fora na hora da mordida.
Nos casos extremos em que o recheio seja exageradamente variado(eca!!), podem-se colocar os ingredientes quentes (ex: cebolas fritas, bacon frito, ovo frito, etc) entre o hambúrguer e o queijo, de preferência, ou até mesmo, em último caso, sobre o queijo. Nessa última situação perde-se a aderência ideal, mas mantém-se a temperatura do mesmo.
Nada de espalhar maionese nas duas metades do pão como se estivesse se melecando de bronzeador!
Uma quantidade nada tímida de firme maionese deve ser depositada levemente com uma colher de sopa sobre a parte de baixo do pão e coberta com duas ou três folhas de alface e algumas rodelas de tomate. Empoleirados sobre estes, a carne já grelhada e previamente coberta com o queijo derretido enchapelados pela parte superior do pão dão conta do recado com maestria.
Nada de batata palha.Nada de ervilha ou milho. Nem rúcula ou agrião. O Cheese Salada leva somente pão, maionese, alface, tomate, carne, queijo e pão. Nessa ordem.
Tá bom! Se você quiser molhar a maionese com o tomate, deixo você colocá-lo embaixo do alface. Afinal a escolha é sua. Como também é de qualquer um a escolha dos ingredientes do sanduíche e a variação é algo desejado e estimulante. Mas não chame de Cheese Salada algo que não siga a receita acima.
Sugiro alguns nomes para quem é inventivo na cozinha, porém carece na inovação semântica.
Cheese Salada da Vovó
Cheese Salada Especial da Casa.
X-Burg (ugh!!) do Leandráusio
Cheesebúrguer da Tia Beldroega.
Esses e outros nomes podem ser usados em quaisquer variações criativas e até mais saborosas que você inventar.
Mas, por favor, não altere o Cheese Salada tanto assim! A rapaziada já estava sentindo a falta de um bom pão, maionese, alface, tomate, carne e queijo... e fim!
Interessante perceber que a saga Star Wars levou 5 filmes para entrar em saia justa quanto à lingua portuguesa mais chula, digamos assim.
Dois personagens do filme "Star Wars Episódio II: Ataque dos Clones" de uma vez só trouxeram um problema de cacofonia para os tradutores e legendadores.
Um deles, um guerreiro Jedi já falecido, leva (por trás?) o nome de
Siffo Dias ou Sifo Dias (ainda não descobri a grafia correta)
o outro,
personagem interpretado pelo fantástico Sir Christopher Lee, leva (por tras de novo?) o nome de
Conde Dooku.
Putz! Será que com a globalização o pessoal não estaria precisando de revisores para outras línguas que não a inglesa? Eu me candidataria fácil a um empreguinho desses na Lucas Film! Hahaha.
O mais engraçado é que em ambos os casos a conotação é, no mínimo, relacionada.
Ah, os tradutores resolveram o problema com as brilhantes alternativas: Sifo Vias e Conde Dookan. Irritante!
Minha lembrança mais antiga de restaurante é a Pizzaria Camelo. Que espetáculo!
Sei que é difícil comparar pizzarias boas; há vários "estilos" de pizza:
a tradicional pizza paulistana, mais leve e fina,
a estilo Cristal, finíssima e individual,
a do Bráz, com sua massa mais encorpada, cobertura generosa e molho pedaçudo, parecida com a pizza tradicional de Nápoles.
e
vai dizer que você nunca apreciou uma bela pizza de padaria. Não dá para comparar com as melhores, mas, que dá para curtir, isso dá!
Além das variações dessas três tendências, ainda, para embolar o meio de campo, apareceu, no começo dos anos 90, a pizza estilo americano trazendo inclusive as sua próprias variações de lá como:
a pizza tradicional americana do tipo Pizza Hutt,
a Pizza de Chicago, tipo Pizzaria Uno. (também lembrando a de Nápoles)
e a pizza da região de Nova Iorque.
Minha avó, Mina, sempre dizia: "É de pequenino que se entorta o pepino!"
Pois é! A pizza me entortou desde aqueles tempos. É provavelmente a comida de que mais gosto.